PRECE
Sou luz em densa treva,
Sou sussurro de perdão
Sou voz de vento calmo,
Placidez das águas claras.
Sou o balanço do mar,
Ondas feitas d’esperança,
Sou mãe da calmaria
Depois da imensa borrasca.
Sou o fulgor no horizonte,
Dum raio de sol escondido,
Atrás de nuvens de tristeza.
Sou um riso cristalino
No silencioso deserto,
Do mortal aprisionado
Nas masmorras da culpa,
Sou a porta de saída.
Sou pedra no caminho
Obrigando a desviar,
Os distraídos, na estrada,
Da beira do precipício.
Desafivelo as máscaras
Ao terminar a comédia,
Exponho a verdade nua
No palco da realidade.
Sou liberdade não comprável,
Moeda de imensurável valor,
Declaração de puro amor
Feita diante dum altar.
Sou o fruto duma árvore
Plantada nos corações
Carecendo da rega da fé,
Sou a prece... Sim, senhor!
26/05/05.