a dança de si
para ler ao som de “dear prudence”,
dos beatles.
a dama da enseada
põe seus olhos cor de selva nova sobre mim
é dela o poder
de ser ela mesma
de ser a descobridora de si
de ser a vanguarda de si
a arquitetura de si
a dança de si
a dramaturgia de si
a viagem de si
a viagem ao interior
seu poder emana
de si para si mesma
(e para o cavalheiro)
pra mim ela não é nada
a dama da enseada
nada, além
de uma mera
facilitadora do meu estar
de meu estar pleno
do meu estar em mim
sob os seus olhos (pensamentos) cor de selva nova
eu sou um descobridor feliz
sob o poderoso olhar
da grande dama da enseada
eu e ela somos bons:
talvez o que de melhor exista por aí
talvez o que de melhor possa haver nesse mundo
em mistério e ternura
em ternura e carinho
em carinho e em um conhecer-se já experimentado
ela está
em qualquer lugar
na grama
na cama
na igreja
em mim
ela.