Jogo

Lance os dados monocromáticos diante dos olhares perplexos,

Mecha as peças frágeis para consolidar um duelo esplendido.

As cartas opacas apenas refletem os destroços de sua conduta egocêntrica,

Os naipes compartilhados aglomeram-se em seu instinto repugnante.

Descarte as ambições doentias oriundas dos palcos obscuros,

No baralho flácido aglutinam-se as possibilidades incoerentes.

Sua mão calejada contradiz ao leque infinito de cobiça,

A gargalhada macabra do curinga perpetua sobre seu cérebro possuído.

O tabuleiro tenebroso está saturado de truques obscenos,

A roleta inquietante gira em torno da elipse pecaminosa.

As fichas profanas amontoam-se dentro de um saco imundo,

Falsas apostas serão proclamadas após seu triunfo solene.

Compassas estrategistas distorcendo o senso comum,

Seu parceiro charlatão expressa a plena dissimulação.

Troféus enferrujados enfatizam sua prateleira empoeirada,

Prêmios fúteis condecoram os méritos banais.

Os esquemas táticos são propícios á cederem sobre o placar,

Números azarentos incorporam-se aos resultados pessimistas.

As estatísticas nefastas dinamizam o fluxo do fracasso eloqüente,

Pois o cassino insano está repleto de ratazanas trapaceiras.

Sua equipe maléfica desmembra-se aos poucos em míseros segundos,

Torcedores inconsolados indagam o retrospecto infame,

Os vencedores exaltados e os perdedores flagelados englobam as facetas solitárias,

Enquanto sua alma depressiva desencadeia-se em uma reflexão mútua.