Poema feito para nuvens

Lindos ares que formam

Imensas florestas nos céus,

Ares que se transformam,

Se transfiguram,

Se tocam,

Se afastam:

O mundo os percebe e os constrói.

Em lentidão,

Flutuam

Em memórias de tudo o que existiu,

Que traduzidas criam

cultura para os pássaros:

coisas livres e leves.

Um azul mutável, já tragado

e expirado de forma esquecida,

ou em alívio

São partes de ser,

insustentáveis no eu,

e deitadas ao alto,

trazem, imersas entre espaço e chão

a textura do infinito.