Poente!

Poente!

Eram horas...

A tarde já se debruçava no horizonte,

E o faroleiro já caminhava para o farol,

A noite já sorria do outro lado,

Acompanhada de um cordel de estrelas,

Eram horas...

A lua se enchia cada vez mais,

A cotovia já dera seu primeiro piado,

O mar já silenciara sua fúria,

E a preocupação tomava conta de meu ser,

Eram horas...

Marcáramos ali perto das dunas,

Na areia branca tal e qual a pele tua,

E tu não vinhas já fazia alguns minutos,

Em meu coração parecia eternidade,

Eram horas...

E tu chegastes feito garça no banhado,

Vestido brando e sorriso ensolarado,

Cabelos soltos só para me atiçar mais,

Abraço quente e beijo com frescor de noite,

Eram horas...

Fizemos ninho e nos amamos loucamente,

A galope, vagarinho ao sol nascente,

Repetindo e dividindo nossas sementes,

Como se fora a ultima hora desse poente.

Santaroza