Aprendizado da maturidade

Aquele que não percebe

Que é no outro

Que se extrai se aprende

Que se vê o próprio pecado

Está condenado

Somos eternos aprendizes

Alguns alcançam a idade

Mas esta não lhes é garantia de maturidade

São anciãos imaturos

Que não conhecem o outro

Não conhecem a alegria

De ser reflexo de bondade

No espelho da sabedoria

São ignorantes, egoístas

Diplomados na faculdade da hipocrisia

Não suportam o reflexo do outro

Que lhes revela

O quão são solitários e infelizes

Diante de aprendizes

Acorrentados em sua fragilidade

Seu consolo

São uns poucos empolgados

Aprendizes diante do espelho errado

Para essa platéia representa o papel preferido

Do ancião por todos querido

E assim receber afagos

Aplausos e o respeito

Que não lhes é devido

Que seja absolvido

Pois é infeliz

Imaturo e exibido

Não é meu espelho

Muito menos meu inimigo

Não passa de um ancião

Que não aprendeu o significado

Da palavra “amigo”

Nesta aula, ele estava absorto

Observando o próprio umbigo

Que não lhe sirva de exemplo

Que não lhe sirva de espelho

Este ancião – imaturo – travestido de amigo