ÓDIO HUMANO
te odeio por necessidade,
e o ódio que me dás como alimento
faz felicidade a este humano
que trago de experimento
é trágico precisar te odiar sem o menor constrangimento,
e confessar
que sempre te puxei a faca
como quem espera ouvir palavras ásperas
[que não vieram]
é humano gastar a alma com amores
e malquerer
a tudo bem-querido do passado
apesar de mim,
te trouxe mais que as flores murchas de onde antigo,
e comigo,
um ódio amigo que dá felicidade
– e alimento –
a este humano que trago de experimento!