CERTA INCERTEZA

Euna Britto de Oliveira

Site de Poesia: www.euna.com.br

A força de ontem, eu gastei.

A força de hoje, inventei.

Estou brotando como flor de laranjeira,

e é outono.

Temporã.

Nunca disparei uma arma, nem quero.

À simples idéia de um duelo, desespero.

Paz sem cuidados,

penso que ninguém tem.

Só mesmo os pássaros,

as borboletas,

os peixes,

as pontes das estradas sem ninguém,

com música de água por baixo...

A carne é longa demais!...

A carne é tão longa

que às vezes sobra e

se arruma em rugas...

Ah, meus caminhos de ferro,

para onde é que vocês me levam,

assim tão duros,

tão futuros?...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 19/07/2006
Código do texto: T197668