CERTA INCERTEZA
Euna Britto de Oliveira
Site de Poesia: www.euna.com.br
A força de ontem, eu gastei.
A força de hoje, inventei.
Estou brotando como flor de laranjeira,
e é outono.
Temporã.
Nunca disparei uma arma, nem quero.
À simples idéia de um duelo, desespero.
Paz sem cuidados,
penso que ninguém tem.
Só mesmo os pássaros,
as borboletas,
os peixes,
as pontes das estradas sem ninguém,
com música de água por baixo...
A carne é longa demais!...
A carne é tão longa
que às vezes sobra e
se arruma em rugas...
Ah, meus caminhos de ferro,
para onde é que vocês me levam,
assim tão duros,
tão futuros?...