Dunas
Seria o rosto encantado?... O gosto de fantasia?
Perguntas!!... Quantas palavras soltas... O que move o mundo... Perguntas ou respostas?... A loucura ou a exatidão?... A faísca ou o fogarel?...
E o silêncio me conduz... Sinto a brisa mansa do meu coração...
Vestida de lua... Completamente nua de razão...
Olho dos pés à cabeça... Dos dedos ao topo do paladar...
Engulo seco... Sinto a lambida crua de sentidos... Visto-me de céu!...
Estrelado mundo... Morto, ao primeiro sinal!
Lacunas?... Buracos não respondidos... Pedras em nossos caminhos.
Encontrei a face recortada da Filosofia... Permitir o caos... Reenguer-se do caos... Não ser nada além do fim do poço?...
Em solvente desmancho o desenho que crio... Pigmento a tela com outros caminhos... Risco o meu futuro com o ventre em giro lento...
Nasce mais um dia... Penso que existo... Faço das palavras as tuas manias.
Quebrei o vaso em muitos pedaços... Gosto de articular o discurso em fragmentos tão pequenos que direciono os cacos em cartas marcadas...
Questões que levantadas ficam. Escadas para outros edifícios...
E o Vento lança o grito do gozo em meus ouvidos... O saborear da vida as palavras certas... O cuidado com o itinerário para não perder o trem... Para que os passos não sejam os guias de uma muralha...
Ah!... As perguntas... Mudam de lugar, feito dunas...
22:40