TENHO MEDO
lisieux
Tenho um medo muito grande do tempo presente.
Tento, pois, retornar pelas veredas do passado, buscando reencontrar a menina-mulher que ficou perdida lá, em algum lugar.
Tenho medo crescente do tempo futuro, com todas as suas
(im)possibilidades e (in)coerências.
Tento, pois, encontrar o retorno na estrada que me levaria de volta a um tempo em que só havia esperança e sonho.
Tenho, também, um medo enorme deste mesmo passado que, como dizia Quintana, tem as suas “quilhas”, em que podemos tropeçar e nos ferir.
No fundo, sei que o passado é uma ilha, há centenas de milhas de distância... e eu, náufraga, dele fiquei prisioneira.
BH - 27.02.04