POESIA DE UM BRASILEIRO
Escrever algum poema
pode me ser complicado,
independe da concentração.
O meu primeiro problema
é sentir-me bem inspirado
e isso depende da situação.
Tenha sempre isso em vista...
não sou cantor ou compositor.
Nasci neste chão e sou paulista.
Se fosse, ao menos, trovador,
quem sabe seria um repentista.
Às vezes, quando, a rima puxo,
não acho palavra que emenda
o verso numa bela composição...
Diferente de qualquer gaúcho,
ao qual basta uma linda prenda
para acender a sua inspiração.
Crio poesias, muito devagar.
Nessas coisas não sou ligeiro,
pois quis assim o meu destino...
No momento certo de versejar
não tenho a calma do mineiro,
nem a destreza do nordestino.
Com aquilo que me pertence,
vou poetando, piano a piano,
com o fulgor do maranhense,
patriotismo do bom goiano...
a brejeirice do fluminense
e apimentando como o baiano.
Mas, se de todos eu quiser falar,
esta estória, sabe que não acaba;
por isso caro poeta capixaba
ou violeiro matogrossense
e quem, ao norte, me escutar...
já me entendem e aqui, vou parar.
Assim, continuo deste meu jeito,
bem trivial, romântico e caseiro,
porque dentro deste meu peito,
bate só, um coração brasileiro.
SP – 02/12/09