sangrando segundos

aperto a lâmina do tempo

com força

enquanto contemplo

a beleza e a destruição

nessa janela torta

uma moudura de asas

para minha loucura

a ilusão morna

e rubra

escorre em riachos

daquela mesma mão...

mais é imprescindível que aperte

essa lâmina de um único corte

quero é distorcer o tempo

na espiral da melancolia

e contemplar sorrindo

a sorte de nao ser mais ninguém

movimento helicoidal

de pássaros metalicos sem flores

minha ironia era amá-las

aquelas sete mulheres

em sete tempos

caminhando pela sétima rua

te encontrei

a última

e essa não era vazia

e sem sair da janela torta

eu misturava os três tempos

em um caleidoscópio de fotografias velhas

que ela guardou

as letras foram chegando

um trem em direção ao tempo

que eu ainda segurava na mão direita

ja distorcido derretendo o metal

em uma mistura de sangue lagrimas e aço forjado

com a esquerda eu ainda tocava seu rosto

e seus olhos foram o que sobrou da noite...

e um fósforo pra queimar o universo em espiral...

AbnerSohel
Enviado por AbnerSohel em 13/12/2009
Reeditado em 23/07/2010
Código do texto: T1975568
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