Despertar
Quando tudo era...
Nada tinha na placenta do universo.
E era o avesso do contexto
Onde a história deveria começar.
Quando o sonho, deixamos de sonhar!
Uma realidade que nunca foi
O seu real teor...
Vai nos dar a vida em um mundo obsoleto
Num arcaico dialeto
Que nunca um vivente entenderá.
Nada tinha, tudo era!
Todos querem... Nada são!
Quiseram inventar a linguagem
E já não se entendem mais.
Quiseram criar a paisagem
Que nunca pararam para contemplar.
Almejaram sentir amor
Mas também quiseram olhos para vê-lo
E o coitado, assustado...
Transformou-se na estética, patética
Para olhos que não conhecem sentimento.
Nada tínhamos... Tudo éramos!
Ainda tentaram ser Deus
E criaram a matéria do caos
Mas a vida se perde...
Nessa realidade que desconhece.
Quando tudo se apagar na memória do tempo
Restará apenas a lembrança...
De um sonho que foi transportado
Para um mundo de bizarras criaturas.
Um nada eu sou! Nada eu quero
Apenas a fé de um dia acordar!