Sertão!

Quero cantar o sertão

Das cercas de aveloz,

Do leite caindo nos "zói",

Lacrimejando meu ser.

Quero cantar a esperança

De um sertão castigado,

Que vive o flagelo do gado

Morrendo sem sentir dor.

Vejo o semblante da rês,

Sua tristeza é imensa,

Por não receber recompensa,

Do seu fiel tratador

Que vive da esperança,

De não viver de favor!

Sertão das macambiras!

Mandacarus e faxeiros,

De onde o preá ligeiro,

Foge do perseguidor.

Já não existe asa branca,

patativa ou sabiá,

postura de avoante,

nem vemos ela passar.

Assim, morto vivo, está o Sertão!

Carlos Soares
Enviado por Carlos Soares em 12/12/2009
Código do texto: T1974872
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