Sertão!
Quero cantar o sertão
Das cercas de aveloz,
Do leite caindo nos "zói",
Lacrimejando meu ser.
Quero cantar a esperança
De um sertão castigado,
Que vive o flagelo do gado
Morrendo sem sentir dor.
Vejo o semblante da rês,
Sua tristeza é imensa,
Por não receber recompensa,
Do seu fiel tratador
Que vive da esperança,
De não viver de favor!
Sertão das macambiras!
Mandacarus e faxeiros,
De onde o preá ligeiro,
Foge do perseguidor.
Já não existe asa branca,
patativa ou sabiá,
postura de avoante,
nem vemos ela passar.
Assim, morto vivo, está o Sertão!