Idiótes

Ah, perdoe-me, por favor, a chatice

Dessa minha falta de modéstia

Que insiste não chamar “bom senso”

Mas sabe que quem busca medir forças

Sempre encontra outro trouxa

Disposto a ajudá-lo a se mutilar?

Há uma boa amizade nisso

Mas nestes dias estou tão devotado a minha solidão

Ao meu próprio ouvido...

Que só posso encontrar-me na noite

Para afastar-me de tudo que é visão

Ah, se me traio é por contração

Por alfinetar minha pequenez

Pergunta-te de novo, maldição

Tens, como eu, tal prazer em estar só?

Em só ser, em ser só, só em ser

Ah, alfineta-te, alfineta-te...

Porque há tremendo equívoco em não bastar-te.

Éden
Enviado por Éden em 12/12/2009
Código do texto: T1974230