Idiótes
Ah, perdoe-me, por favor, a chatice
Dessa minha falta de modéstia
Que insiste não chamar “bom senso”
Mas sabe que quem busca medir forças
Sempre encontra outro trouxa
Disposto a ajudá-lo a se mutilar?
Há uma boa amizade nisso
Mas nestes dias estou tão devotado a minha solidão
Ao meu próprio ouvido...
Que só posso encontrar-me na noite
Para afastar-me de tudo que é visão
Ah, se me traio é por contração
Por alfinetar minha pequenez
Pergunta-te de novo, maldição
Tens, como eu, tal prazer em estar só?
Em só ser, em ser só, só em ser
Ah, alfineta-te, alfineta-te...
Porque há tremendo equívoco em não bastar-te.