Vida, coração!
Eis que a vida se externa sorrateira
Invadindo cada espaço de meu ser
Borbulhando pelas veias que me tecem...
Há um toque de beleza derradeira
Na simplicidade que aguça o viver
Onde tempo e razão em vão padecem
Há um som peculiar que me preenche
Compondo sem rigor a sinfonia
Que vibra provocando a existência
E há silêncio para que o cosmo se repense
No segundo em que arrebata minha vida
Apossando-se de minha consciência.
Meu corpo, emoção, a minha alma
Seduzida pelo espaço celestial
Espreguiça e sorri na ingenuidade
Tudo que me cerca é paz e calma
Fazendo-me esquecer que sou mortal
E que pertenço à humanidade.
Infantil meu espírito passeia
A voltear desfrutando a liberdade
Fluído entregue à paixão
Brincando ao redor da lua cheia
Em arabescos enfeitando a eternidade
Desenha um enorme coração...
A vida pulsa enfim pelo espaço
Explodindo e se partindo em mil pedaços
Invadindo todo o universo sem pudor
Fragmentos se aglutinam com desembaraço
Aderindo o cosmo num enorme abraço
Permitindo que se espalhe o amor
O céu se reveste em beleza
Em suaves toque de sutil pureza
Esparramando com delicadeza o amor
Não cabe mais a tristeza
Apenas a gentileza
Provinda do Criador
Priscila de Loureiro Coelho