Desconhecendo-me
Vãs horas que parecem anos,
Anos que passam numa hora,
Manhã de inverno que devora
Todo o calor dos dias insanos,
Sei o que quero ser, mas não sei
Quem sou, nem o que sou... Apenas sou...
Penso em pensar o oposto que ousei
Pensar, e em dizer que já passou...
Minutos de uma ânsia, olhar preso
No horizonte... No tempo... Ao vento...
Resplandece um rosto indefeso
Minuto apraz de encantamento
Amo-te passando na estrada,
Amor transcrito em brancos papéis
Amo-te assim veloz, calada
Mergulhado em meus sonhos cruéis...
Quem sou? Quem tu és? O que seremos?
Amigos? Amantes? Ou os dois?
Calados permaneceremos
Deixando tudo para depois...