AS 1001 NOITES POÉTICAS
Houve um céu cor de cobre
e fagulhas de ouro incendiavam o mar
nele havia nuvens céleres
cristais de luz rasgavam a pele do dia
Houve uma certa cor de chumbo
nuvens vigilantes vergavam seus corpos
contra a terra seca
o eco do vento mimava meus ouvidos hibernados
Teve mais: uma certa cor -
entre o ouro e a prata
cor de alma comovida
cor de fonte saciada
de alma enamorada
de corpo extasiado -
ilustrava as horas todas
essa cor esmaecida
entre o dia de todo ido
e a noite não chegada
irradiada na nostalgia
essa cor esmaltada
pousou nos galhos da memória
e contou tantas histórias
que adormeceu gente
acordou criança