Termómetro
Termómetro
Evaporam as águas do rio
Com o calor que o vento lança
Aves magras morrem sem frio
Para elas não há esperança
A luz reflecte intensa
No espelho da areia brilhante
Falecem paixões duradouras
Do calado eterno amante
Águas muitas de ondas vazias
Que se apagaram atrás
Voltem para resfriar este ar
Que na morte me desfaz
Além o frio bate como gelo
No vidro estilhaçado
Aconchegam-se os amores
Corpo a corpo, lado a lado
A lama que escorre lá fora
É fria e repulsiva
Crianças patinam nela
Na inocência abusiva
Os olhos fecham
Pedem para descansar
O termómetro desliga
O ar volta a amenizar
Lacrima D’Oro