Termómetro

Termómetro

Evaporam as águas do rio

Com o calor que o vento lança

Aves magras morrem sem frio

Para elas não há esperança

A luz reflecte intensa

No espelho da areia brilhante

Falecem paixões duradouras

Do calado eterno amante

Águas muitas de ondas vazias

Que se apagaram atrás

Voltem para resfriar este ar

Que na morte me desfaz

Além o frio bate como gelo

No vidro estilhaçado

Aconchegam-se os amores

Corpo a corpo, lado a lado

A lama que escorre lá fora

É fria e repulsiva

Crianças patinam nela

Na inocência abusiva

Os olhos fecham

Pedem para descansar

O termómetro desliga

O ar volta a amenizar

Lacrima D’Oro

Lacrima Doro
Enviado por Lacrima Doro em 10/12/2009
Código do texto: T1971072
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