meu peito mal assombrado

ruidos estranhos

o assoalho rangindo

imagens furtivas no espelho

que passam correndo

fugindo

raios

trovões

janelas batendo

pelos golpes de ventos repentinos

o arrastar sem parar de correntes

passos ocultos de gente

gargalhadas de meninos

barulhos no sótão

sombras pelos cantos

mulheres vampiras

correndo

gritando

vestidas com longos vestidos brancos

luzes piscando

as batidas das horas no carrilhão

ratos saindo dos buracos do chão

vindos das entranhas do porão gelado

a minha insonia

o meu quarto trancado

minha escuridão

esse meu pobre peito

coitado

tão mal assombrado

precisa urgente ser exorcizado

senão...

jose luis lacerda
Enviado por jose luis lacerda em 10/12/2009
Reeditado em 10/12/2009
Código do texto: T1970803