meu peito mal assombrado
ruidos estranhos
o assoalho rangindo
imagens furtivas no espelho
que passam correndo
fugindo
raios
trovões
janelas batendo
pelos golpes de ventos repentinos
o arrastar sem parar de correntes
passos ocultos de gente
gargalhadas de meninos
barulhos no sótão
sombras pelos cantos
mulheres vampiras
correndo
gritando
vestidas com longos vestidos brancos
luzes piscando
as batidas das horas no carrilhão
ratos saindo dos buracos do chão
vindos das entranhas do porão gelado
a minha insonia
o meu quarto trancado
minha escuridão
esse meu pobre peito
coitado
tão mal assombrado
precisa urgente ser exorcizado
senão...