FAZ DE CONTA
Quero erguer um brinde
Ao teu bracelete de pedras
Não me pergunte
Em que galáxia estou
Ou por quais veredas
Me descaminho.
Tudo o que importa
É que nada importa
E somos assim
Feitos de argila ou aço
Faço as contas do que faço
Tantas fatias desfaço
Que quase nada resta.
Faça de conta
Que o tempo é precioso
E um compromisso urgente
Nos chama a toda hora
Finja que a luz não foi cortada
(pois que os seus saldos só andam no vermelho)
Quero exaltar seu penteado
Num arroubo de romantismo
Fora de moda
Jura que sabe fazer suflê
Afirmo que sei apreciar.
Sugira que já disse tudo
Faço caras de quem já entendeu
E estamos conversados...