As Duas Rosas
As Duas Rosas
Se passasse o outono pela bela flor
Envelhecendo-a e reduzindo-a desbotada
Os frescos botões lhe seriam espelhos de chagas e dor
Se lhe sobrevivesse a cor e a altivez passada
Sonhava, solitário coração, “ a felicidade é o verdadeiro amor”
E deveras julgava sofrer
Mas se na amada descobre ciúmes e dor, ao invés de ardor
Vê que a felicidade, é o que jamais vem a ser
Assim a rosa flor
Como verdadeiro
E puro amor
Podado
Em pleno frescor
Dura pouco,
Mas com ardor
Assim, brônzea rosa flor
Deseja imortalizar-se
Com todo louvor,
E esconde da roseira então
Sua grande dor
Para ser do botão
O ídolo, o fervor
No imo, semeado estão duas rosas
O sonho do grande amor
E o desejo por louvor
Mas no avesso do imo, uma circular realidade
Irrevogável, universal
Faz florescer espinhos, onde outrora era pura felicidade.
marcelo colucci