OS MAIOS
Vestidos,
de um azul-sublime,
estão a deitar-se no horizonte.
Hoje,
num dia qualquer do mês de maio,
todas as noivas resolveram dar-se a um acordar
[sem fim]
à caça de homens pálidos
para que devolvam--lhes os bons-dias
Nenhum achado!
Os homens, iguais a todos os homens ditos normais,
fogem do maio como os diabos fogem da cruz
por mais que os vestidos, horizontais,
estejam definitivamente prontos.
Ternos,
de um branco-encardido,
estão de pé à espera d’um varal.
Hoje,
num dia qualquer do mês de maio,
todos os noivos revolveram dar-se a um deitar
[sem fim]
à caça de mulheres pálidas
para que devolvam-lhes as boas-noites.
Nenhuma achada!
As mulheres, iguais a todas as mulheres ditas normais,
correm pro maio como os diabos correm pro pecado
e exigem que os ternos, sempre verticais,
estejam definitivamente prontos.
Enfim achados!