No baile de máscaras, a Peste, sem disfarces

Se parece é porque é

Não adianta fugir, Próspero Príncipe

Nem se esconder com seus vassalos

Durante muito tempo, seus otários

Devasto esse país, sem ensaios

O sangue que brota dos poros como orvalhos

As dores e vertigens são a marca dos trabalhos

Esse processo não dura meia hora

Sou rápida em meus afazeres

Não há como fugir, não seja tolo, nem me ignore

É só o tempo para perdoar dívidas, detratores e recitar bendizeres

Cercaste-se numa muralha, fiquei sabendo

Lá dentro nada lhe falta

Tem bons vinhos, diversão a contento

Músicos e bailarinas, em segurança crescem seus rebentos

Mas, aqui fora só há desespero e lamentos

A face rubra da morte é popular em seu reino de ilusão

Sei que tens bom gosto, apreciador de cores e efeitos

Em sua festa havia tudo, muito brilho, fantasias e ornamentação

Então, o relógio ébano soou meia-noite

Aquela badalada metálica acelerou-me, gerou-me perturbação

Vesti a fantasia, rodopiando avancei pelo salão

Dancei com belas moças, até ouvir tua intervenção

Nosso encontro foi fatal, prostraste-se diante de mim

Só poderia terminar assim, com sua vida extinguindo-se em minhas mãos

Sou a Morte Rubra, orvalhando teu tapete de sangue, essa é minha sina

Dominar a Europa, espalhar aos ventos treva e ruína

*Baseado no conto: “A máscara da morte rubra”, de Edgar Allan Poe

Marciano James
Enviado por Marciano James em 09/12/2009
Reeditado em 25/01/2011
Código do texto: T1968911
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