NADA DE FAXINA

Nada de Faxina

Roze Alves

Então comecei a faxinar minh'alma

Vários compartimentos entulhados, descobri

Surpreendí-me com o que vi, mas fiquei calma

Precisava me concentrar e não ter um ataque de frenesi ...

O que faria com os amores inacabados?

Aqueles que se mantiveram vivos, com esperanças,

Jogava-os fora ou deveriam ser ensacados?

Coloquei-os de volta no baú, como fazem as crianças ...

Abri uma porta, um som suave me envolveu

Ali ficavam as músicas que seguiram meus amores

Fechei os olhos, balancei o corpo, lembrando a quem pertenceu ...

Nada joguei fora... Sorrisos, dores, lágrimas, toda poesia.

Minh'alma se desfaria, oca ficaria sem seus bastidores.

Tirei as teias, soprei as poeiras, faxina bruta, jamais faria!

Amanhecer-M

RJ: 03/11/2009