SILENCIO
noite cai feito um cobertor no inverno
nem neve cobre tanto
prisioneiros do subsolo
ponte caída em São Francisco
silencio abaixo de todas as pontes caídas
nas cavernas da exploração do ganho
minas que suprem o imperialismo do risco
sabem do silencio da solidão
mas do silencio não
sem questão
prisão do silencio interno
entre a esperança e a resposta
surdo natural não exemplifica
a clausura
alem das garras da loucura
que silencio e’ este então?
vazio sem espanto
entrega de criança ao colo
sem opção pela fala
poço sem tamanho
gemido primal sem dor das feridas
atrás das estrelas
antes do sol
nem brilhos e nem centelhas
antes da mente inicial
quando ainda não era evolução
silencio sem ação
arte e ciência inascidas
religião sem dom de cura
nenhuma censura
nada
tudo cala tanto
o silencio deste pranto
primevo manto
dentro de nos em segredo
pai do nosso animal medo
.eugenio malta