Silenciando...
O que te diz o meu silêncio é tanto
e tu o queres no teu amargo pranto
e inda desadoras a carne do meu verbo ébrio de ti.
Num lampejo de coragem eu vivo
e há neste silêncio um louco abrigo
onde tu habitas quase lúcida...
Meus nortes te são todos cardiais
enquanto eu canto a canção de algum exílio...
nosso provável asilo...
sendo apenas eu esse panda pequenino,
apaixonado pelo gelo dos teus oceanos.
Há um homem e uma mulher cheios de medos.
Não há maior silêncio nesse teu estranho abandono,
que não te quer, nem a mim nem a ninguém.