Emblema doloroso.

A escuridão segue-me por todo o canto

que eu sequer pense em atravessar,

profanando todo e qualquer terreno santo

em que meu pé porventura pisar.

As lágrimas por meu rosto desfilam

em mim formando o retrato da dor humana,

onde artistas invisíveis e sádicos se engalfinham

buscando em mim a dor mais horrível e insana

que a humanidade pode sentir.

A loucura me sufoca desenfreadamente,

e com facas imaginárias consegue me ferir

na agonia extrema que hoje é a minha mente.

Fantasmas sem rostos

cercam-me por todos os lados,

revirando-me os desgostos,

alicerçando-me os enfados,

e enaltecendo-me os clamores

de rancor, tristeza e solidão.

Eu tento fugir das minhas dores,

mas creio que, do fundo do coração,

estou atada, sou presa do meu próprio sofrimento

e reservada para os males sem fim.

Ah!Como esquecer este destino lamuriento,

que,dia a dia,vai tomando corpo dentro de mim?

Como meu ser pode esta estrada evitar,

se não há como dar cabo à minha soledade?

Como o meu inferno posso ignorar,

se ele é quase todo dono de minha personalidade

e o que,bem ou mal,me faz viver?

Minha vida carrega o estigma da dor,

e todos aqueles que comigo convivem me fazem não esquecer

de que levarei este emblema por onde eu for...

Thaís Soledade
Enviado por Thaís Soledade em 18/07/2006
Reeditado em 17/12/2007
Código do texto: T196642
Classificação de conteúdo: seguro