Fluidez Constante
As águas corriam ocupadas
Ocupadas demais pra resplandecer como antes
Já cansadas, vinham se arrastando
Menos densas, mais pobres
Vazias águas que vinham
Vinham desleixadas, esbarrando nas margens
Mãos esparramando vazias sobre a lama costeira
Lavando as águas dos poucos nutrientes carregados
Foram as águas empurradas rio abaixo
Já sem motivo, iam dispersando forças
Mais leves ainda, sem peso ou razão
Água seguia esguia pelo mar, oceano abaixo
Ia sozinha, leve mais ainda
Por baixo do mundo, longe da luz
Até parar no fundo imundo do oceano humano
Inerte
ociosa
apodrecia
viscosa