ENTRELINHAS
Nas entrelinhas
do que existe
esmagam-se poesias apertadas
e desabam no chão
em camas equidistantes
buracos não habitados
rodas-gigantes...
Reviram-se
e dão poemas zonzos
bebâdos de si
tagarelantes
falam bobagens
criam e recriam cenas
fustigantes...
Já suados e cansados
descem em pausa
um hiato forçado
ditongo aberto
realejo
que não rima
sujeito coerente
ao verbo
predicado mais que distante