Eternamente II.
Sei do amor o que se diz:
A crua dor do atropelo
Que insinua no desvelo,
A redenção do infeliz.
Amor é ódio por um triz
A angústia de vivê-lo.
O desvario de perdê-lo
Que a boca contradiz.
A pele quer na carícia
Marcas vivas da sevícia,
O desejo de sofrer.
Real, quase instintivo,
A dor que deixa vivo
Ou a paz que faz morrer.