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ENTOAR UMA CHUVADA

JoaKim Santos

Acordei, com o vento a bater na janela
A chuva caía de mansinho
Em coro numa sintonia tão bela
Num entoar tão afinadinho

Entrei em entorpecimento, deixei-me ficar
Abriram-me uma porta, então quando entrei
Estava no mundo dos sonhos, estava a sonhar
Senti-me muito leve, flutuava e voei

Apercebi-me que podia inventar
Correr, sem mexer um musculo
Criar sem pensar no que gastar
Nesta grandeza sentia-me tão minúsculo

Foi então que umas vozes alertaram-me
Rumores de que o sol grandioso na chuva acometia
O despertador tocou, as vozes acordaram-me
O sol não tinha nascido, era a luz que eu acendia

E a magia da natureza, leva-nos ao mundo da ilusão
Faz do sonho realidade, do real uma fantasia
Acredito de que nada vale a razão
Pouco pode com esta força da ousadia

Portugal / Loures
19Abril2008