MIRAGEM

Nossos olhos se alegravam uns nos outros

Sorriam marotos

O braço na cintura

O corpo leve

Uma borboleta valsando

Enamorados

O mundo não existia

Só os sinos tocando

E tocando

Sinos e sinetas tilintando

Tua alma na minha

Na tarde irresponsável

Que caía

Depois a catedral em festa

O corredor vermelho

Um sorriso no altar

Tuas mãos nas minhas

Sussurraste

Te amo

Os sinos teimando

Delendelando

Delendelando

Delendelando

A cena de amor

A marcha da ilusão acompanhando

Na noite de verão de luz entremeada

De corpo inteiro dados

A vida vivencia da harmonia

Rendas de lua na amurada

A felicidade tanta

A dividir com estranhos

Tudo na vida festa

Sinos confirmando

Feliz, meu bem

Feliz meu bem

Feliz, meu bem

Veio a chuva repentina

Sinuosa serpentina

E o castelo ruiu

O sino

Silenciando

Silenciando

Silenciando

Silente sino