Palco da vida
O mundo ao seu redor pulsa
A canção do juízo final
Solene na soleira da janela.
Espreita pela noite, a serpente...
No reflexo da lua no lago
Ao acalanto melancólico
Do sopro do vento.
Mais cedo voltam-se as matas
Para o eterno deserto da solidão
Em etílicos espirais de ilusão
No espesso véu...
Onde as sombras se distraem
Entre nuvens suspirantes
Em delirantes recordações latejantes.
Obscenas intenções... Carregadas de malícia.
Trazem nas mãos da volúpia, a carícia
Que não sacia a sede do náufrago
Nesse imenso palco de seduções!