MEUS MEDOS
O medo transita nas entrelinhas
da minha valentia e
no palpitar das minhas veias.
Está implícito na coragem que ostento,
o destemido salto com a vara da ousadia.
Insinua-se na visão do infinito
a incógnita metáfora da travessia,
onde, ali mesmo, o arco-íris
desenha monumental ponte de cores:
braços abertos em aquarela, convidativos
a deixar medos e cismas
serem levados pela torrente que passou.
Uma ave atravessa o céu,
na ponte colorida da mente;
então, nas entrelinhas vejo enfim,
Que o medo é nenhum –
apenas um sobressalto que ilumina
debaixo dos pés.
02.12.09
Diana Gonçalves