Fogo-fátuo
Do trigo que amamenta o pão;
Do negro que inebria a noite;
Do lábio que destrava o beijo;
Do corpo que incendeia a vida;
Do toque que semeia o leite;
Do pêlo que recobre a pele;
Do sonho que acorda o dia;
Do ventre que alardeia o nome;
Do abraço que enternece a dor;
Do louco que acalenta o sonho;
Do fogo que destrói o monstro;
Do mago que aclara a dúvida;
Do fado que balança o berço;
Do ímã que afixa a prosa;
Do erro que exclui a mente;
Da seiva que escorre da flor;
Do nada que expurga tudo;
Do tudo que me falta, o nada!