Dedos Cegos

Sentado fico imóvel besta.

Ao teu lado, cheio de receio.

Cego de paixão, magia negra.

Em eterno e triste devaneio.

Assisto ao teu velho teatro.

Onde sou cena sempre repetida.

Rodopiando tonto em teus atos.

Como um pião em tua mão ferina.

E nesse iludido mundo nosso,

Vivo entre sorrisos amarrados,

Tristezas das quais me aposso,

E esperanças que nunca largo.

Sou assim, sempre tranqüilo.

Fugindo em sonhos que crio,

Seguindo serene rumos incertos.

Mas sei que nas curvas nossas,

Um dia vou dos trilhos a fossa,

E escorro de teus dedos cegos.

Igor Tenório Leite - 08.11.09

Igor Tenório Leite
Enviado por Igor Tenório Leite em 02/12/2009
Código do texto: T1957012
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