Da Janela

Olhando pela janela nada vejo senão cães a latir num latido abatido,

Gatos a miar suas tristezas e amantes que pensam ser felizes...

A praça que dantes em seu coreto havia alegria e festa agora ilustra meu abandono...

As lembranças do footing, em meus domingos transformam-se em coisa longínqua,

A banda, o pipoqueiro, os balões em cordões coloridos...

Só me restam lembranças... Vontades...

Eu debruçado na minha janela feito alguém querendo voar por um portal de sonhos...

Mas onde estarão meus sonhos?

E o pipoqueiro, o algodão doce e os balões?

Estão somente em minhas lembranças parvas...

Nas minhas escritas e lamentos...

Como no despertar de um sonho mal vejo estar envelhecido e cansado...

A canseira de lutas inférteis, de vontades sem eco, de noites mal dormidas...

Entrego-me ao sono inimigo meu e outras vezes esquecem-me minhas quimeras...

E após o sono ali estarei novamente na mesma janela a sonhar meus sonhos de relicário!

Wagner dos Ais
Enviado por Wagner dos Ais em 02/12/2009
Código do texto: T1957002
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