POEMA POSSÍVEL

Por que não?

Por que não uma poesia agora?

Por que não?

Por que não esse lado inverso como experimento sensorial?

Como justificar esse sonho de sal?

Como ser o sal da terra sendo doce?

Por que certas alegrias às vezes parecem tristes

numa manhã qualquer de domingo?

Algumas convergências parecem paralelas.

Por quê?

Alguns amores são bem tristes também.

Alguém saberia dizer?

Por quê?

Por que não uma poesia agora?

Por que não poesia a toda hora?

...

(Sexta passada, 27 de novembro, fui convidado para um sarau no anfiteatro da subprefeitura de Itaquera. Como o trânsito da Sampalândia é dobradamente complicado, cheguei atrasado ao evento, sem ter tido tempo de ir em casa. Detalhe importante: não memorizo meus poemas, por mais curtos que sejam. As leituras são feitas sempre a partir de algum impresso.

Como não tinha nada comigo para ler ao público, um dos organizadores (Antonio Primus), insistiu para que desse uma palavrinha.

Pois bem, enquanto aguardava a vez de se pronunciar, me propus escrever alguma coisa rápida, só para a interação junto a todos. O resultado é esse acima. Degustem-no)