Abrolhos!
um só sentido
cristais de ondas
por terras ouvidos...
Malemolência
em termas azuis
seios à mostra
corpos nus...
e sem caminho
rastreie passarinhos
virando curvas do tempo
em busca do ninho...
até que a sombra feche o sol
derreta as lembranças
renda-se à tenra preguiça
brinde à inconstância
Abrolhos! Pro encanto
afogue seu pranto
varrendo com palhas de coqueiro
pensamentos desordeiros
Abrolhos! Pra vadiagem
pras falésias do instinto
como tilintam taças
nas noites de vinho tinto...
Abrolhos! Pro silente
que grita o contido
pro mel que escorre pela tarde
na pele que ainda arde.