MEU MUNDO
Feito de redomas
Impenetrável, incompreensível
Misterioso e obscuro
Às vezes pelejo
Contra minha própria natureza
Buscando soluções plausíveis
Tentando desfazer-me
Deste meu ego
Às vezes me pego
Nesse desvario
Outras vezes deixo levar-me
Ao submundo existente
Confundindo o presente
Penetrando no consciente
Olho ao redor... Procuro pegadas
Horas deixadas, ou esquecidas
Tento quebrar o encanto
Deste atrativo chamado dor
Que resplandece e cresce
Rebelando e retirando
Minhas forças misteriosas
Jogando em meus pés
A marca do olhar
Que luta para olhar ao além
Sem que ninguém saiba
Desta ferida aberta
Dentro e fora do meu mundo
Não peço carência
Apenas me privo, vivo
Num mundo só meu
Onde o Amor não é a flor
Nem a poesia feita de métrica
Revela a cor do amor
Mas sim esconde entre linhas
Onde a inspiração duma conspiração
Fecha-se em um mundo só meu...
Ledemir Bertagnoli