CIDADE DOS MORTOS

Do alto miro o chão...

Calado peço perdão.

Lapides diversas,

distantes,

presentes.

Longe demais para que se possa tocar.

Perto demais para que se possa querer.

O peito aberto,

ferido,

exposto.

Querendo correr...

Voar,

esconder.

Abraço a mim mesmo sentado num canto,

calado e em prantos...

Questiono o momento!

Olho mais uma vez do alto e vejo ao meu lado um semi morto...

E no chão as lapides novas, as antigas...

Casas como moradias, mas para que se não a mais vida...

Casas espalhadas por alguns metros quadrados moradias sem vida,

para quem não tem vida.

Do alto vejo essa triste cidade,

dentro da grande cidade que não para nunca...

Na via congestionada, o calor escalda os que ali se encontram.

Logo ao lado o vazio contrasta com as pequenas moradas sem vida da cidade dos mortos...