Chegada... Saída...

O vento sopra baixinho... A chuva chegou tão cedo... Tempestade!

A face brilha em meu pensamento... O coração alado... Milagre!

Penso no que a vida traz e leva... O mesmo portal... A mesma viagem.

O porto que abriga a chegada e a saída...

Pensamos no tempo... Corroo as entranhas... Sinto-me nua.

As palavras são alfinetes que grudam um discurso ainda no útero.

Tenho pouco tempo, não percebem as borboletas... Tão envoltas em crostas... Tão lentas!

Poucas paisagens meus olhos perceberão... Em voltas de um giro, já perco o ar...

Meu equilíbrio exato... Minha imagem, apenas um pequeno retrato de uma época que vai passar... Minha figura estampada por um tempo...

Meus gestos simples... A maneira tão grave... Tão rebuscada, ao viver a vida...

As borboletas ainda não sabem do bater das asas... Do voo ao infinito...

Que sou o meu próprio abrigo...

O existir... Ser humano! Finito.

17:39