Monólogo Depressor
Levo a fora o que nem tenho,
E nego-me a consumir-me,
De tão longe eu triste venho
E regando o tal sublime.
Tão cedo assim as claras,
Anda o sol, repousa o vento
Frágil passado em tantas taras
Olho a frente e só lamento...
Desgarrado, tão laçado,
Dito o sangue que me corre,
Em mil olhos um bocado
Não enchergam o que em mim morre.
Disfarço em traje bronco,
O que até Deus evita ver
Com o vigor de um velho tronco
Reluto e sigo, num viver sem ser.