"VEREDA" Poema de: Flávio Cavalcante

VEREDA

Poema de:

Flávio Cavalcante

I

Como este caminho é pedregoso

Essa estrada sempre foi a minha vida

Carrego um destino cruel muito perigoso

Entre palmas e cactos procuro guarida

II

Busco um lugar pra matar a minha sede

Uma sombra pra que eu possa descansar

Dormir e sonhar com água e mato verde

Um sopro de vento pra que eu possa respirar

III

Mas o sol causticante penetra a minha carne

Expressão de cansaço na face com o calor

Pés plantados na areia quente que arde

De rosto cansado abraçado com o Torpor

IV

E vejo no horizonte um pouco de fé e esperança

Que um dia essa terra seja farta de milho, feijão e uva

Rezar com firmeza, amor e perseverança

Esperando dos céus um pouquinho de chuva

V

No pensamento a chuva é a minha prioridade

Que caia aqui nesse terreno entregue a dor e a morte

E abençoe todo o nordeste e tirai da castidade

Deus poderoso mande pra nós, só um pouquinho de sorte

VI

Quero sentir minhas lágrimas de alegria e emoção

Que esta chuva não torne uma azáfama prolongada

Que venha de gota em gota até molhar o chão

Na vereda eu passeie ao redor de planta molhada

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 30/11/2009
Reeditado em 30/11/2009
Código do texto: T1951955
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