SONATA DE DEUS
Senhor, me ensina a ver o impossível, possível.
Não sendo eu mas ópera de suas mãos.
E o que aqui me parece possível,
Por artimanhas da vaidade,
Seja tão mais lá distante, impossível.
Que o provável torne-se improvável
E o improvável, provável.
Eu espero a voz da verdade,
No caminho, na luz e na vida.
Faça de mim seu instrumento.
E eu espero que se revele em cada momento
A sensação única da verdade,
Que põe o peito num salto de felicidade,
E a vontade de ser útil em contentamento.
Senhor eu precisei de tanto tempo
Para saber tanta coisa,
Mas a cada tempo as coisas mudam
Como um novo tipo de rosa,
Que desponta em um jardim pequeno
Revelando a desatenção
Ou falta de carinho com o tempo.
Por isso, Senhor, me ensina a ver o impossível, possível
E o tempo, sonata de Deus que se não pode desperdiçar.