Correntes

Chove em corrente marítima... Em vento corrido... Disfarçado de voo.

Olhei o céu e fiz fumaça dos andaimes...

Dei risadas para a vida que chamava...

Bebo os sonhos... Em gotas de suor...

Verti palavras... Fui extremamente exata!

Lambuzei os dias... Fiz, das notas, as curvas de cada sílaba.

Muralhas de mim... Arrancaste cada célula... Fui a tua espera.

Chove em corrente elétrica... Raios em voltas da minha cintura...

Ser tua... Milhares de véus... Minhas voltas, em nossos carretéis...

Alinho os caminhos... Paralelos perplexos, diante do infinito...

Corro luas... Golpeio o solo... Cidade em chamas...

E a chuva enrola-me pelo pescoço... Escorre pelas vestes... Sou criatura! Criada em versos...

Voam... Correntes minhas!

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