sonhava
sonhava
sonhava sempre
sonhava com as mãos
com os olhos
a boca
a voz rouca na nuca
sem roupa
sem vergonha
sem pudor
chegava a sentir o calor
o cheiro da pele
os pelos
os atropelos na cama
o aconchego
a chama
a urgencia de fazer amor
mas logo depois
vinha a lembrança da dor
a dor da perda
da despedida
da partida
das lágrimas no quarto vazio
sombrio
sem cor