A fome da carne

Fome

O olhar faminto e opaco

De um corpo maltratado pela vida

Vive a mendigar um prato

Suplica por um pouco de comida

Vaga no tempo, mas não tem história

Caminha trôpego e sem rumo

Acostumado à derrota, desistiu da vitória

Marginal no circo do consumo

Olhos secos, sem lágrimas

Uma lâmina dilacerante

Viver sem virar as páginas

De uma agonia cortante

Olha pro horizonte distante

Vai saciar tua fome

Tudo o que vês é aviltante

Tua alma perece sem nome