De lagarta à Borboleta
Tua ausência
Fez eu me perder das palavras
Deixou sem tradução o vazio que se segui...
Com tua ausência.
Perde o rumo, a razão.
Tua ausência,
Fez capitular minha noção de tempo e espaço,
Fiquei vagando em órbita do nada...
Tua ausência me fez não querer mais nada..
Só o eco de um adeus... No meu peito achava morada.
Tua ausência,
Foi responsável por um nó na garganta
Que impedi o ar de passar...
Mal conseguia respirar!
Tua ausência levou-me os devaneios
Rechaçando minha realidade ao abismo da dependência...
De um sentimento de amor utópico...
Monossílabo diálogo romântico
Pois tua vida nunca esteve envolvida na minha...
Gravitei num amor que não existia.
E me tornei prisioneira de sonhos melancólicos
Sepultada num poço sem fundo
Tendo como companheira a solidão.
Tua ausência fez-me perceber
Como foi falsa a nossa... A minha verdade
E fez nascer essa fobia
Que por muito me acompanhou...
Da vida, das gentes... De amores.
Sofri, chorei,morri...
E como o ciclo da vida sempre se renova
Fiz-me larva
Fui as profundezas da escuridão
Mergulhada numa embernarão purificadora
Metamorfose silenciosa
Para só então romper a madre da terra
E me entregar aos carinhos do sol...
De lagarta a borboleta!
E devo isso a tua ausência.